segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ciclista Francês

Outro dia deparei-me com a notícia de que um turista francês foi barrado no acesso à Ponte Rio-Niterói quando ia tentar a travessia de bicicleta.
Aos guardas que o detiveram ele explicou que era apenas um turista que queria conhecer Niterói sem saber que era proibido trafegar de bicicleta na ponte.
Ou seja não era terrorista nem manifestante fazendo protesto.
E como era francês e não um habitante do Rio e, muito menos, do subúrbio, os funcionários da ponte o teriam levado numa pickup para Niterói com sua bicicleta no bagageiro para conhecer a cidade do outro lado da Baía de Guanabara.
A notícia não diz como ele voltou, se talvez de novo de carona ou pelas barcas porque nelas tenho a impressão que seja possível o transporte de bicicletas.
Do contrário não haveria possibilidade de um ciclista atravessar de um lado a outro a baía.
Não sei se tem muita relação mas o fato lembrou-me a ocasião em que, atravessando a pé a ponte do Brooklyn , quase fui atropelado por um ciclista.
A tradicional ponte, muito mais antiga do que a Rio-Niterói , já previa em seu projeto circulação para ciclistas e pedestres que se situa acima da pista de carros.
Mas há, é bem verdade, diferenças que é preciso considerar.
A ponte do Brooklyn tem uma extensão de 1834 metros enquanto a Rio-Niterói de 13,29 quilometros.
Fico assim na dúvida da viabilização, em algum momento, da ponte Rio-Niterói para bicicletas, até, hoje, pelo próprio esgotamento de sua capacidade de escoamento do fluxo de automóveis. A foto (de Luiz Alvarenga) dá bem uma idéia disto.
Enfim, de lamentar que o ciclista francês não tenha completado a travessia.
Assim poderíamos ter , pelo menos, o relato de uma experiencia que , ao que parece, é inédita.

6 comentários:

  1. Parabens Baptista.

    Seus textos sao sempre super interessantes. Constinue assim!!!

    abs
    German

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  2. German, que bom saber que gostas.
    E que estamos pedalando juntos.

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  3. Sensível o comentário sobre o ciclista francês. Os milicos só aplicavam os conceitos norte-americanos, e lá o ciclismo também foi relegado. Talvez porque o transporte coletivo fosse adequado, para colocar os trabalhadores nos seus postos de trabalho.
    Aqui no Brasil, o trabalhador se imola para poupar um vale transporte.
    Mas seria interessante liberar a ponte para ciclistas. Quem sabe,
    pistas inseridas no projeto da ponte, não sei se é muito futurista?
    Abraço fraterno!
    Rosa Alice

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  4. A forma como os governos tratam o ciclismo e o próprio transporte coletivo os quais, basicamente, são formas de transporte utilizadas por grandes contingentes de trabalhadores, diz muito a respeito destes governos. Neste sentido pode-se pensar que pedalar, enfrentando todas as dificuldades existentes, é sobreviver e é resistir.

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  5. Falando sobre as Barcas S.A., é um absurdo o que fazem com os ciclistas. Durante os dias úteis, caso você queira embarcar com uma bicicleta, o preço é MAIS que o dobro de uma passagem normal. Chega até a ser um desestímulo.

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  6. Gustavo, obrigado pelo comentario, bastante ilustrativo de um fato que desconhecia e que esclarece uma duvida que manifestei.
    Retrata, ao mesmo tempo, o pouco caso com o qual quem utiliza bicicleta vem sendo tratado no Brasil.

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Talvez não saiba mas pode ser que tenhamos, em outros momentos, pedalado juntos. Pedalado em todos os terrenos que a bicicleta propicia entre eles os da criação e participação. Se chegou até aqui é quase certo que sim.Escreva seu comentário. Ele é parte fundamental deste processo.