Em meio às discussões que tratam da incorporação de tecnologias de ponta ao ciclismo ( sistemas de computação, materiais como titânio, carbono e os mais diversos recursos modernos), confesso que me sinto um pouco intimidado de falar em um simples e singelo prendedor de calça.
Mas um dia desses, decidindo pedalar com um abrigo com a boca da perna um pouco larga e não tendo protetor da coroa central, senti a necessidade do acessório.
Um recurso simples e bastante, digamos, "caseiro" é empregar um prendedor de roupa, destes usados em varais, para prender a calça. E acho que foi o que empreguei.
Como eu disse, em meio a tantas discussões sobre recursos avançados à disposição do ciclista, a solução pode parecer até grosseira. Mas, na verdade, não o é, funciona muito bem e tem um significado para a cultura ciclística muito grande.
Animado pela redescoberta lembrei-me da existência de um outro tipo de prendedor com o qual, por razões que levaria um tempo para explicar, não simpatizava, e que consiste de uma mola em curva que se fecha sobre o tornozelo.
Por ser um acessório meio antigo e nunca mais tê-lo visto, imaginei que não o encontraria mais.
No entanto, um pouco surpreso e ao mesmo tempo deliciado, encontrei-o em uma oficina de bicicletas. O proprietário inclusive me informou que eles podem ser obtidos nas cores do time de futebol da predileção. Ia pedir vermelho e preto, cores de meu time o xavante pelotense, mas não tinha.
Aliás, embora subsistam, entendi que estes prendedores não são muito usados sendo até meio raros.
Uma pena porque são muito úteis e , a exemplo dos paralamas, seu desuso parece-me resultado muito mais de nossa débil cultura ciclística do que consequência de uma pseudo evolução tecnológica.