
Pergunto-me, no entanto, se o universo do ciclismo se encerra dentro deste referencial na realidade até um pouco fechado em torno de valores que podem ser bastante individualistas.
Pergunto-me sem ter, na realidade, uma resposta para apresentar.
Fico, contudo, imaginando o papel que as bicicletas podem ter em comunidades pobres nas quais, além de elas estarem em condições normalmente bem precárias, são poucas e precisam ser compartilhadas por várias pessoas.
Enquanto passamos a achar normal em alguns estamentos de nossa sociedade as famílias terem mais de um automóvel, imagino que haja outros, em outros contextos, nos quais uma bicicleta atende a uma família inteira. Qual o valor que tem exatamente para estas pessoas a bicicleta?
Não sei responder, como posso ter resposta para algo que não estamos acostumados a viver, não estamos acostumados nem a pensar?
Mas, pelo menos isto, queria que pudéssemos alcançar, que os ciclistas se tornassem cidadãos-ciclistas e fizessem comigo esta ciclo-reflexão.