De repente eu quis que chovesse.
Na realidade esta vontade ou desejo coincidiu com o ouvir de uns primeiros pingos que me fêz apurar o ouvido para averiguar se realmente era chuva.
Era.
Uma chuva já meio de verão, já meio estival.
É claro que se chovesse, quantos ciclistas não ficariam prejudicados em empregar suas bicicletas. Quantos pais de família, de recursos tão exíguos, não teriam que contar as moedas e os trocados para tirar o valor da passagem de ônibus.
Ou quantos, sem mesmo esta pequena quantia, não teriam que enfrentar o mau tempo e tocar assim mesmo, sob chuva, pedalando suas heróicas bicicletas.
Ao pensar nisto passei a querer que não chovesse.
Mas a chuva, ao contrário, apertou.
Logo a seguir, no entanto, estancou.
Estaria brincando conosco, pobres ciclistas e escritores?
Neste momento dei-me conta de que não tínhamos um santo dos ciclistas.
Ou uma Nossa Senhora dos Ciclistas.
Urgia encontrar uma para ter a quem dirigir nossas orações e nossas preces.
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Talvez não saiba mas pode ser que tenhamos, em outros momentos, pedalado juntos. Pedalado em todos os terrenos que a bicicleta propicia entre eles os da criação e participação. Se chegou até aqui é quase certo que sim.Escreva seu comentário. Ele é parte fundamental deste processo.