terça-feira, 14 de abril de 2009

Sarkozy, "O Ciclista"


Temos o costume de nos admirar quando vemos alguma "personalidade" (leia-se: pessoa que aparece muito nas notícias) pedalando numa bicicleta. Sentimo-nos como se a bicicleta, naquele momento, estivesse sendo valorizada. Mas podemos estar incorrendo, ao pensarmos assim, numa grande ingenuidade.

Via de regra estas "personalidades", políticos sobretudo, só sobem numa bicicleta para "aparecer na foto" e não é difícil ver, em muitos casos, a enorme falta de familiaridade com o veículo.Confesso que tais cenas me deprimem e me sinto até desencorajado de pedalar por algum tempo. Imaginem Paulo Maluf se vangloriando de ser ciclista! Seria a desonra do ciclismo.

Mas temos que estar preparados para tudo. À medida que se aproximar a eleição do próximo ano e com a inclusão do ciclismo na pauta do debate das cidades, apostaria que vão surgir vários ciclistas de última hora. Não se surprendam se Dilma Rosseti aparecer, depois da cara nova, pedalando na inauguração de uma ciclovia do PAC. Ou se José Serra, muito desajeitado, inventar de se equilibrar encima de uma magrela. Aqui em Pelotas, não faz muito tempo, tivemos o caso de um prefeito que percorreu um trecho da avenida do Laranjal, pendurado encima de uma bicicleta a qual, coitada, deve ter vivido momentos de intranquilidade com a perspectiva de um tombo.

Mas, como disse, os exemplos já surgem com frequência e prometem se multiplicar. Um bem recente refere-se ao que foi noticiado como a visita de Sarkozy à sua mulher Carla Bruni. A foto registra este momento.Que romântico! Só falta o político francês estar empunhando um ramilhete de flores.

Mas pela indumentária bem se vê que se produziu muito bem para a ocasião. Fica até a dúvida se não se trata de um comercial de vestuário pois a foto parece ter saído diretamente de uma revista de moda.
Toda esta propaganda "ciclística" não impede no entanto do francês ser captado sob olhares críticos. A "charge" que reproduzo, satirizando Sarkozy, aponta para os tombos aos quais se está sujeito ao pensar que pode fazer da bicicleta, como temos visto alguns políticos se inclinarem, um mero instrumento de sua demagogia.

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