sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Bicicletas Anônimas
Sob o título acima a amiga e leitora de São Paulo, Susi Aissa ( com quem mantenho um acirrado debate sobre o fumo, que ela defende) decide fazer em seu blog uma alusão a Ciclistas Anônimos. Em viagem pela Rússia e Europa Central inclui algumas fotos de bicicletas, todas muito interessantes. A que aparece acima é de Viena e dá margem a várias leituras. Fica o convite à participação de quantos queiram manifestar sua visão. Inevitavelmente, é claro, a presença da corrente já conduz para determinados caminhos interpretativos. Mas serão caminhos que levam à liberdade ou que prolongam o encarceramento?
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Um Sonho
Acordo-me, no meio da noite, com uma sensação indefinida.
Devia estar no meio de um sonho pois algumas lembranças estavam ainda bem presentes como se tivessem a ver com acontecimentos recentes.
Mas eram, também, lembranças meio confusas como costumam frequentemente serem as lembranças de sonhos.
Uma coisa, no entanto, parecia fora de dúvida.
Em meu sonho havia bicicletas, muitas bicicletas.
Mas as situações em que estavam presentes eram diversas.
Algumas lembravam a infância pois apareciam bicicletas pequenas, algumas até com rodinhas laterais para ajudar o equilíbrio. Havia vozes, vozes de outras crianças, quase um alarido em meio ao qual em certos momentos, ao fundo, ouvia alguém, que pela voz parecia ser minha mãe, chamar meu nome
Noutras eram bicicletas "exóticas" com dois lugares, ou de uma roda só, como as de circo, ou uma roda bem grande acompanhada de outra pequena. De novo podiam-se ouvir vozes, mas agora totalmente indistintas como as de uma grande platéia.
Já em outras situações apareciam grandes aglomerações de bicicletas como se estivessem a ponto de ocupar o mundo ou, caso oposto, bicicletas solitárias ou abandonadas e, neste caso, nada se ouvia pois se fazia um grande silêncio.
Mas o que mais me deixou perturbado foi a visão de uma espécie de galpão dentro do qual se espalhavam bicicletas diversas penduradas no teto ou, simplesmente, amontoadas umas sobre as outras.
A princípio poderia parecer uma oficina mas a forma como apareciam dispostas, como se aguardando alguma coisa, algum acontecimento, concedia ao quadro uma atmosfera de filme noir.
Ainda tentei entender do que se tratava. Algum lugar que conhecesse mas cuja lembrança não me vinha?
Ou uma espécie de alucinação onírica que podem surgir no mundo próprio dos sonhos?
Ou alguma outra coisa, uma premonição, uma profecia?
Sem ter respostas para estas dúvidas acho que voltei a dormir.
Mas em algum lugar dentro de nosso mundo as bicicletas de minha visão continuavam lá, à espera de serem chamadas para a missão a qual teriam sido destinadas ( foto Nicoamano, Malta)
Devia estar no meio de um sonho pois algumas lembranças estavam ainda bem presentes como se tivessem a ver com acontecimentos recentes.
Mas eram, também, lembranças meio confusas como costumam frequentemente serem as lembranças de sonhos.
Uma coisa, no entanto, parecia fora de dúvida.
Em meu sonho havia bicicletas, muitas bicicletas.
Mas as situações em que estavam presentes eram diversas.
Algumas lembravam a infância pois apareciam bicicletas pequenas, algumas até com rodinhas laterais para ajudar o equilíbrio. Havia vozes, vozes de outras crianças, quase um alarido em meio ao qual em certos momentos, ao fundo, ouvia alguém, que pela voz parecia ser minha mãe, chamar meu nome
Noutras eram bicicletas "exóticas" com dois lugares, ou de uma roda só, como as de circo, ou uma roda bem grande acompanhada de outra pequena. De novo podiam-se ouvir vozes, mas agora totalmente indistintas como as de uma grande platéia.
Já em outras situações apareciam grandes aglomerações de bicicletas como se estivessem a ponto de ocupar o mundo ou, caso oposto, bicicletas solitárias ou abandonadas e, neste caso, nada se ouvia pois se fazia um grande silêncio.
Mas o que mais me deixou perturbado foi a visão de uma espécie de galpão dentro do qual se espalhavam bicicletas diversas penduradas no teto ou, simplesmente, amontoadas umas sobre as outras.
A princípio poderia parecer uma oficina mas a forma como apareciam dispostas, como se aguardando alguma coisa, algum acontecimento, concedia ao quadro uma atmosfera de filme noir.
Ainda tentei entender do que se tratava. Algum lugar que conhecesse mas cuja lembrança não me vinha?
Ou uma espécie de alucinação onírica que podem surgir no mundo próprio dos sonhos?
Ou alguma outra coisa, uma premonição, uma profecia?
Sem ter respostas para estas dúvidas acho que voltei a dormir.
Mas em algum lugar dentro de nosso mundo as bicicletas de minha visão continuavam lá, à espera de serem chamadas para a missão a qual teriam sido destinadas ( foto Nicoamano, Malta)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Pedalando Junto
Já não pedalo sozinho.
Mesmo quando circulo com minha modesta bicicleta pela rua sem ter ninguém ao meu lado, sinto a presença de meus leitores, lembro-me de seus comentários e tenho a confortadora sensação de que não estou sózinho.
Olho para os lados, à frente, à esquerda e à direita, atrás de mim, e vejo companheiros de pedalada, que se tornaram "seguidores".
Dou-me conta de que, anônimos ou não, somos muitos e que, portanto, nossa solidão pode ser superada através da comunicação, da palavra, em particular da poesia.
Alguns, inclusive, através de seus comentários, identifico bem.
E me sinto agradecido.
Animo-me também a ter um cuidado especial com a bicicleta, minha companheira, buscando encontrar em sua pintura um pouco gasta, um brilho especial, e encorajado por estas companhias, a espichar o meu passeio.
Em certos momentos até, devo confessar, me imagino pedalando sem vontade de voltar, sem outro destino do que avançar convictamente , movido apenas pela força de minhas pernas, rumo da superação das limitações materiais e rumo da eternidade.
Me imagino, porque logo após, algumas quadras adiante, dou uma virada no guidão ( ou é minha bicicleta que dá por conta própria, não sei bem precisar) e retorno para as pequenas certezas de minha casa. ( foto Sergio Di Ponzio, Itália)
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