Já não pedalo sozinho.
Mesmo quando circulo com minha modesta bicicleta pela rua sem ter ninguém ao meu lado, sinto a presença de meus leitores, lembro-me de seus comentários e tenho a confortadora sensação de que não estou sózinho.
Olho para os lados, à frente, à esquerda e à direita, atrás de mim, e vejo companheiros de pedalada, que se tornaram "seguidores".
Dou-me conta de que, anônimos ou não, somos muitos e que, portanto, nossa solidão pode ser superada através da comunicação, da palavra, em particular da poesia.
Alguns, inclusive, através de seus comentários, identifico bem.
E me sinto agradecido.
Animo-me também a ter um cuidado especial com a bicicleta, minha companheira, buscando encontrar em sua pintura um pouco gasta, um brilho especial, e encorajado por estas companhias, a espichar o meu passeio.
Em certos momentos até, devo confessar, me imagino pedalando sem vontade de voltar, sem outro destino do que avançar convictamente , movido apenas pela força de minhas pernas, rumo da superação das limitações materiais e rumo da eternidade.
Me imagino, porque logo após, algumas quadras adiante, dou uma virada no guidão ( ou é minha bicicleta que dá por conta própria, não sei bem precisar) e retorno para as pequenas certezas de minha casa. ( foto Sergio Di Ponzio, Itália)
Cara, que massa. Teu blog é um dos que mais aprecio quando o tema é ciclismo. Ontem mesmo tive uma dessas pedaladas solitárias através da minha cidade e outra vizinha... Que coisa ótima!
ResponderExcluirAbraço!
"abluesado", vou olhar com mais calma teu blog... não preciso dizer quanto tuas palavras são animadoras a seguir "pedalescrevendo". Te aguardo como "seguidor".
ResponderExcluirP.R.Baptista