Com a proximidade do Natal saí a vasculhar anotações para encontrar alguma coisa dentro do espírito que todos procuramos evocar nesta época. Só encontrei, no entanto, textos fragmentados, pensamentos esparsos e um pouco melancólicos, inadequados ao momento. Lembrei-me, então, de buscar referências de outros Natais mas, tampouco, achei algo que me satisfizesse. Além disto queria alguma coisa nova, escrita neste Natal.
Deparo-me, então, com a foto acima, de um menino conduzindo pela mão sua pequena bicicleta.
Pareceu-me, de imediato, muito adequada ao sentimento de esperança, de pureza, de amor que o Natal ainda consegue, mesmo que escassamente, fazer aflorar.
A bicicleta sempre esteve intimamente associada aos sonhos que deixamos, quando crianças, para o Papai Noel tornar realidade.
Dificilmente outro presente tem na nossa infância tanto encanto e apelo quanto a bicicleta.
Dar as primeiras pedaladas na bicicleta nova, na manhã seguinte à noite de Natal, é uma experiência como poucas nas nossas vidas, experiência de liberdade, de poder e controle sobre o meio físico que nos rodeia, de encantamento.
Próxima talvez apenas, pela emoção, à experiência de ganhar um animal de estimação.
Por isto dedico esta breve crônica aos pequenos e aos puros de coração que guardam dentro de si a criança que brincava de bicicleta muito antes de pensar em ter o primeiro carro, muito antes até mesmo, de pensar em ter a primeira namorada.
Feliz Natal!