Manhã de domingo na praia do Cassino em Rio Grande. Como a foto permite observar, pouco movimento, poucas pessoas na rua. Um bom momento, assim, para a pessoa sentada no banco (uma mulher) ficar aproveitando a calma reinante, bem diferente da agitação do carnaval de rua durante a noite poucas horas antes.
Por única companhia, ao seu lado, a bicicleta.
Eu passo procurando não perturbar este momento mas é tal o enlevo que ele transmite que dou um jeito, bem furtivamente, de tirar uma foto.
E sigo adiante, tentando entender que união é esta que faz um ser humano e uma máquina ficarem tão próximos, embevecidos pelo silêncio e pela tranquilidade.
Na realidade quase uma espécie de par perfeito a exemplo do que, noutros tempos, verificava-se entre cavaleiro e montaria.
A bicicleta, contudo, é um tipo de montaria moderna, mecânica, à qual nos unimos, ao pedalar, em comunhão perfeita.
Cada dia que passa, aliás, mais me indago como viveríamos sem ela. Ou melhor, como podemos na sociedade urbana tratá-la, embora as exceções, de forma tão indiferente, de quase descaso ou menosprezo mesmo.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
La Uruguaya
Há nela um encanto e uma beleza que a distingue do que temos, no Brasil, nos acostumados a ver e a exaltar como beldades.
Não mostra a exuberância tão louvada por nós nem, tampouco, nenhum lado selvagem, sensual.
Mas tem, isto sim, um charme que transparece de sua simplicidade que me faz parar diante dela e , pelo breve instante de uma fotografia, querer eternizá-la, querer fixar para sempre suas formas clássicas, suaves, profundamente femininas.
E a encontro logo ali, do outro lado da fronteira em Rio Branco, no Uruguai.
Caracteriza bem um aspecto do modo de vida uruguaio que tem um certo acento europeu, de discrição, de simplicidade.
E também da economia, da praticidade.
Só lamento não ter tempo para esperar a dona da bicicleta e vê-la sair a pedalar pelas ruas de Rio Branco.
Lamento mas me consolo. Qualquer outra visão que não fosse a de uma linda jovem uruguaia, morena, de cabelos escuros e longos, usando uma saia que não sobe dos joelhos, poderia ser uma grande decepção.
Por isto me afasto, atravesso de volta a fronteira, imaginando como ela seria, se além destas características físicas que imaginei não teria também outros dotes. Talvez tocasse algum instrumento ou se dedicasse ao canto. Ou estudasse teatro, astronomia. Não sei porque a imagino uma artista, uma pintora talvez, mas poderia ser uma estudiosa dos astros ou da botânica . Pelo menos isto é o que a bicicleta me inspira e prefiro ficar acreditando que se trata exatamente o que acontece.
Não mostra a exuberância tão louvada por nós nem, tampouco, nenhum lado selvagem, sensual.
Mas tem, isto sim, um charme que transparece de sua simplicidade que me faz parar diante dela e , pelo breve instante de uma fotografia, querer eternizá-la, querer fixar para sempre suas formas clássicas, suaves, profundamente femininas.
E a encontro logo ali, do outro lado da fronteira em Rio Branco, no Uruguai.
Caracteriza bem um aspecto do modo de vida uruguaio que tem um certo acento europeu, de discrição, de simplicidade.
E também da economia, da praticidade.
Só lamento não ter tempo para esperar a dona da bicicleta e vê-la sair a pedalar pelas ruas de Rio Branco.
Lamento mas me consolo. Qualquer outra visão que não fosse a de uma linda jovem uruguaia, morena, de cabelos escuros e longos, usando uma saia que não sobe dos joelhos, poderia ser uma grande decepção.
Por isto me afasto, atravesso de volta a fronteira, imaginando como ela seria, se além destas características físicas que imaginei não teria também outros dotes. Talvez tocasse algum instrumento ou se dedicasse ao canto. Ou estudasse teatro, astronomia. Não sei porque a imagino uma artista, uma pintora talvez, mas poderia ser uma estudiosa dos astros ou da botânica . Pelo menos isto é o que a bicicleta me inspira e prefiro ficar acreditando que se trata exatamente o que acontece.
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