domingo, 20 de dezembro de 2009
A Bela e a Fera
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
A Primeira Bicicleta
Deparo-me, então, com a foto acima, de um menino conduzindo pela mão sua pequena bicicleta.
Pareceu-me, de imediato, muito adequada ao sentimento de esperança, de pureza, de amor que o Natal ainda consegue, mesmo que escassamente, fazer aflorar.
A bicicleta sempre esteve intimamente associada aos sonhos que deixamos, quando crianças, para o Papai Noel tornar realidade.
Dificilmente outro presente tem na nossa infância tanto encanto e apelo quanto a bicicleta.
Dar as primeiras pedaladas na bicicleta nova, na manhã seguinte à noite de Natal, é uma experiência como poucas nas nossas vidas, experiência de liberdade, de poder e controle sobre o meio físico que nos rodeia, de encantamento.
Próxima talvez apenas, pela emoção, à experiência de ganhar um animal de estimação.
Por isto dedico esta breve crônica aos pequenos e aos puros de coração que guardam dentro de si a criança que brincava de bicicleta muito antes de pensar em ter o primeiro carro, muito antes até mesmo, de pensar em ter a primeira namorada.
Feliz Natal!
domingo, 15 de novembro de 2009
As Bicicletas de Minha Vida
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Bicicletas Anônimas
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Um Sonho
Devia estar no meio de um sonho pois algumas lembranças estavam ainda bem presentes como se tivessem a ver com acontecimentos recentes.
Mas eram, também, lembranças meio confusas como costumam frequentemente serem as lembranças de sonhos.
Uma coisa, no entanto, parecia fora de dúvida.
Em meu sonho havia bicicletas, muitas bicicletas.
Mas as situações em que estavam presentes eram diversas.
Algumas lembravam a infância pois apareciam bicicletas pequenas, algumas até com rodinhas laterais para ajudar o equilíbrio. Havia vozes, vozes de outras crianças, quase um alarido em meio ao qual em certos momentos, ao fundo, ouvia alguém, que pela voz parecia ser minha mãe, chamar meu nome
Noutras eram bicicletas "exóticas" com dois lugares, ou de uma roda só, como as de circo, ou uma roda bem grande acompanhada de outra pequena. De novo podiam-se ouvir vozes, mas agora totalmente indistintas como as de uma grande platéia.
Já em outras situações apareciam grandes aglomerações de bicicletas como se estivessem a ponto de ocupar o mundo ou, caso oposto, bicicletas solitárias ou abandonadas e, neste caso, nada se ouvia pois se fazia um grande silêncio.
Mas o que mais me deixou perturbado foi a visão de uma espécie de galpão dentro do qual se espalhavam bicicletas diversas penduradas no teto ou, simplesmente, amontoadas umas sobre as outras.
A princípio poderia parecer uma oficina mas a forma como apareciam dispostas, como se aguardando alguma coisa, algum acontecimento, concedia ao quadro uma atmosfera de filme noir.
Ainda tentei entender do que se tratava. Algum lugar que conhecesse mas cuja lembrança não me vinha?
Ou uma espécie de alucinação onírica que podem surgir no mundo próprio dos sonhos?
Ou alguma outra coisa, uma premonição, uma profecia?
Sem ter respostas para estas dúvidas acho que voltei a dormir.
Mas em algum lugar dentro de nosso mundo as bicicletas de minha visão continuavam lá, à espera de serem chamadas para a missão a qual teriam sido destinadas ( foto Nicoamano, Malta)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Pedalando Junto
sábado, 19 de setembro de 2009
"Bike"
Em resposta Aref escreveu: “ Bicicletas são maravilhas de engenharia. Mas não apenas isto pois quem pode esquecer a emoção da infância e o sentimento de realização e liberdade quando finalmente temos o domínio de pedalar? Um dia pedalando do trabalho fui pego por uma tempestade sem relâmpagos, apenas chuva forte. Inicialmente eu fiquei desanimado porque resultei todo encharcado. No entanto, este desânimo rapidamente se dissipou e eu voltei aos tempos quando criança pedalava não me importando muito se estava extremamente quente ou chovendo torrencialmente. Será por isto que quando adultos amamos bicicletas?”
sábado, 29 de agosto de 2009
Ciclista Atemporal
O ciclista aproveita, exatamente em um ponto onde ocorrem com frequencia acidentes de certa gravidade, para atravessar a rua.
Com muita calma, como se estivesse numa pequena cidade do interior.
Ou como se, a exemplo de Moisés, apartando as águas do Mar Vermelho, tivesse o caminho livre para avançar a salvo.
Mas não é só o tráfego que parece ter se interrompido.
É a própria atividade do Bairro.
O próprio Tempo.
De tal modo que deste momento só ficará este breve registro sem data.
Como única referência da hora do dia apenas a luz da tarde que cai projetando grandes sombras.
O ciclista, pincelando de azul este cenário, parece ainda definir seu rumo. Mas por um instante, mantendo-se no anonimato, torna-se o centro do universo, eterniza-se e, atemporal, se faz para sempre imortal.
sábado, 8 de agosto de 2009
Pedalando na Chuva
Acordo com uma vontade enorme de pedalar.
Motivado pela leitura, durante a noite, de aventuras arrojadas de ciclistas que se superam vencendo toda sorte de obstáculos, levanto com a determinação de engajar-me nesta espécie de cruzada de coragem, resistência física e destemor.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Pedalando Sobre as Águas
Vede e crede!
Ciclistas desanimados, descrentes que os administradores das cidades lembrem-se de vós e vos dêem condições de pedalar pelas ruas em segurança!
Se um ciclista pode pedalar sobre as águas, como nossos olhos ainda incrédulos podem ver, ciclovias podem ser feitas, ciclofaixas, bicicletários, enfim tudo que a pouca fé desacreditava.
Tende apenas que ter crença, muita crença e, sobretudo, rezar muito, orar muito diante das imagens destes senhores, políticos na maior parte. Em troca como oferenda nem pedem tanto, talvez apenas vossas espontâneas intenções de voto.
Sabemos que promessas, doutras vezes, já foram feitas.
Mas, agora, um milagre pode tornar tudo diferente.
E, iluminados por uma luz divina, talvez finalmente um pouco de entendimento os alcance e convertidos ao nosso evangelho nos acompanhem a divulgá-lo aos quatro cantos, pedalando pelas ruas do mundo. Amém. ( foto Mat Fot)
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Pedalando no Frio
Temperaturas próximas de zero ou mesmo negativas.
Sensação térmica? Não dá nem para sentir quando as extremidades ficam como pedra e tudo que se busca é um canto onde se aquecer.
Cheguei a pensar: " que dia desafiador para pedalar... " mas, me encontrando na frente da lareira, esta idéia não progrediu muito.
Lembrei-me, então, de buscar minha bicicleta para compartilhar do calor do fogo.
Afinal, ela devia estar também sentindo muito frio.
Trouxe-a, portanto, e a deixei, apoiada no descanso, ao meu lado em frente à lareira.
Ficamos ali um bom tempo, pensando no verão distante mas, também, nos ciclistas e bicicletas anônimos que tenham de enfrentar a noite gélida para chegar aos seus destinos.
E enquanto permanecíamos próximos do fogo, a comunhão que sinto com minha bicicleta alcançou um grau ainda mais elevado ao ponto de que, em deteminados momentos, tinha uma espécie de sensação de que ela acompanhava meus pensamentos e, à sua maneira, sem deixar de ser máquina, tornava-se quase uma peça dotada de sensibilidade e de espírito.
Ou será esta impressão tão somente resultado das visões que, ao estar ao lado do fogo na noite mais fria da década, perpassam em frente aos nossos olhos hipnotizados pelas chamas?
Vou ficar nesta dúvida...
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Seguidores Apóstolos
Seriam como uma espécie de apóstolos?
Entre eles já estava o Poti Campos que se converteu ao ciclismo como Paulo de Tarso ao cristianismo. Poti relata, em alguma parte de seus escritos, como isto ocorreu, ou seja, como foi a sua estrada de Damasco.
Neste meio tempo foram surgindo outros seguidores até chegar aos atuais onze:Horacio,Victor Teramoto, Rejane, Poti Campos, Fernanda Tomiello, Maria Sandra, Luis Patricio, Indira, Gilda Viegas, Elen e Eduardo Kohlrausch.
Falta um para serem doze e completar o número de apóstolos.
Nossa missão?
Sair pregando o evangelho do pedal, ir espalhando a boa nova de que existe salvação para o mundo, para a poluição, para a desgraça que se abate sobre nossos corações em meio ao congestionamento do tráfego nas grandes e médias cidades.
Deixo o Horacio ir na frente, como o mais arrojado, sinalizando com a mão cada vez que vai dobrar para a direita ou para a esquerda pedalando na frente de um pelotão de automóveis. Aliás, presenciando isto, já tive a forte impressão de que os carros todos iriam seguí-lo como se estivessem sendo pastoreados.
O Poti pode escrever um dos Evangelhos.
Eu, como não quero ser Cristo nem crucificado, creio que fico com a missão de escrever um outro Evangelho.
Resta saber o que fariam a Fernanda e os outros que nos seguem. Uma primeira missão, aliás, é converter o Guto, o Gian e o Sandro que não estão entre nós. O Marcus Cunha também.
Por fim, precisamos de um milagre.
Talvez alguém, com estes dotes, possa sair andando de bicicleta sobre as águas...
quarta-feira, 10 de junho de 2009
A Bicicleta Na Minha Esquina
Verifico que está cuidada, com indícios, até pelo modelo, de poder tratar-se de uma bicicleta feminina , mas está sózinha, presa por um cabo com cadeado, ao suporte da placa de sinalização.
Seu dono ou dona, tudo indica, afastou-se para fazer alguma coisa, talvez até comprar algum medicamento na farmácia em frente.
A bicicleta, enquanto isto, companheira, aguarda quieta, sossegada, até seu retorno.
Ocorre-me que os cães e as bicicletas, talvez se possa dizer, sejam os melhores amigos do homem.
Não exigem muito, o que significa que podemos mantê-los com pouco. Têm a capacidade, quando não lhes damos muita atenção, de ficarem em um canto, sempre prontos, no entanto, a nos atender quando lembramos que estão por perto.
Mas voltando à bicicleta, simpatizei tanto com ela que pensei até em esperar pelo dono.
Queria cumprimentá-lo, dizer-lhe: " que bela bicicleta você tem, tão obediente!..."
Mas eu estava com pressa.
Disse tchau para a bicicleta e segui adiante.
Já mais distante olhei para trás e percebi que alguém se aproximava da bicicleta.
Seria um ladrão?!
Enquanto fiquei por um instante acompanhando a cena, a pessoa começou a livrar a bicicleta da placa.
Procurei então me aproximar para acompanhar melhor e só então, já mais perto, pude perceber que se tratava de uma mulher com os cabelos presos e boné.
Ainda tentei chegar mais perto ,com a intenção de tentar dizer-lhe alguma coisa, mas a oportunidade já passara.
Com a bicicleta já solta pôs-se de pronto em movimento com firmes pedaladas.
E como veio em minha direção constatei que era não só uma mulher, como percebera à distância, mas, além disto, muito atraente.
Quase salto à sua frente para dizer: "eu também sou um ciclista" mas já era tarde.
Passou por mim sem me perceber e foi logo se afastando perdendo-se de vista.
Meio desapontado prometi a mim mesmo, da próxima vez, olhar melhor pela volta quando encontrar uma bicicleta solitária aguardando que a venham buscar.
Tampouco posso me impedir, desde então, de espiar na esquina para ver se a bicicleta não voltou a aparecer...
terça-feira, 28 de abril de 2009
"O Ciclista" de Fernando Weno
Com poucos linhas o artista reproduz com traços sutis a atmosfera a um mesmo tempo poética e evocativa da riqueza do mundo do ciclismo.
Decido denominar seu trabalho, reproduzido ao lado, "O Ciclista".
Poderia intitular também "Ciclista Segurando a Bicicleta" ou " A Pausa do Ciclista". Enfim, já que o artista não deu um título, começo a buscar algum tirado de minhas conclusões.
Atrai-me também a postura aparentemente descontraída do ciclista.Parece aguardar alguma coisa ou então, simplesmente, estar fazendo uma pausa em sua pedalada.
Algo que, por outro lado, só pode ser consequência de minha imaginação, é a impressão que tenho do desenho estar associado a uma cena antiga.
O capacete, diferentemente dos atuais, coloridos, futuristas, parece uma espécie de pequeno elmo ou, melhor, um gorro ornado por uma pena que se inclina para trás!
A bermuda, em minha imaginação repito, lembra-me um culote.
Liberdades que, afinal, a arte nos permite e que a bicicleta, companheira de nossas divagações, nos induz.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Sarkozy, "O Ciclista"
Via de regra estas "personalidades", políticos sobretudo, só sobem numa bicicleta para "aparecer na foto" e não é difícil ver, em muitos casos, a enorme falta de familiaridade com o veículo.Confesso que tais cenas me deprimem e me sinto até desencorajado de pedalar por algum tempo. Imaginem Paulo Maluf se vangloriando de ser ciclista! Seria a desonra do ciclismo.
Mas temos que estar preparados para tudo. À medida que se aproximar a eleição do próximo ano e com a inclusão do ciclismo na pauta do debate das cidades, apostaria que vão surgir vários ciclistas de última hora. Não se surprendam se Dilma Rosseti aparecer, depois da cara nova, pedalando na inauguração de uma ciclovia do PAC. Ou se José Serra, muito desajeitado, inventar de se equilibrar encima de uma magrela. Aqui em Pelotas, não faz muito tempo, tivemos o caso de um prefeito que percorreu um trecho da avenida do Laranjal, pendurado encima de uma bicicleta a qual, coitada, deve ter vivido momentos de intranquilidade com a perspectiva de um tombo.
Mas, como disse, os exemplos já surgem com frequência e prometem se multiplicar. Um bem recente refere-se ao que foi noticiado como a visita de Sarkozy à sua mulher Carla Bruni. A foto registra este momento.Que romântico! Só falta o político francês estar empunhando um ramilhete de flores.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Um gaúcho ciclista
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
"Como é linda a liberdade"
Deu vontade de postar essa imagem.
Tô só esperando meu ciclo-transporte voltar da revisão geral para, a partir da próxima segunda, pedalar 40 Km diários até o trabalho e volta. Um bom exercício… que tal? Chega de busum! Chega de suvaco fedido, roleta e sonolência.
Riscos fazem parte da vida, aliás, o que seria da vida se não fosse a emoção dos riscos diários? Tem gente que tem carro, tem gente que tem moto, eu escolhi a bicicleta.
Meus velhos amigos provavelmente devem estar achando que o Zeca mudou, que virou um esportista.
Resolvi simplificar um pouco a minha vida.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Bicicleta e Fotografia
Da fotografia poderia dizer, por exemplo, que capta com o oportunismo que deve ser uma virtude do fotógrafo, um momento de especial expressão.
A cor vermelha do quadro, acrescenta um elemento que enriquece, pelo detalhe, o conjunto da foto.
Da bicicleta me ocorre comentar que se mostra naquilo que é a sua essência, a de ser um instrumento de trabalho do homem, uma espécie de ferramenta especial, obtida pela aplicação da tecnologia, e levada, no momento da foto, consigo, pela mão, como uma filha, uma companheira. Esta parceria, esta união, estão muito bem acentuadas quando o ciclista desce da bicicleta para poderem seguir avançando ladeira acima.
A bicicleta apresenta-se deste modo como bem mais que um objeto de consumo, às vezes até mesmo de luxo, ou um artigo que deva satisfazer à vaidade ou traduzir um status social.
Investida de uma dignidade que supera estas manifestações subalternas, sua presença representa, isto sim, algo que está incorporado à nossa cultura em vários níveis de intervenção, desde o transporte, quando se incorpora ao trabalho, passando pelo lazer, até chegar no domínio das artes e dos sentimentos.
Bicicleta e Fotografia caminham assim, pela mão do homem, para nos conceder um espaço de liberdade e conscientização.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Bicicletas do Interior
Mas outros exemplos, por certo, poderiam ser apresentados.
Retornando de uma navegada , passo por Tapes e registro algumas cenas onde isto se evidencia.
Carros, pedestres e ciclistas, assim como outros eventuais usuários das vias, parecem conviver em harmonia. As bicicletas, inclusive, passam a fazer parte da paisagem urbana, tranquilamente estacionadas nas calçadas.
A foto ilustra uma destas cenas. Diante do prédio dos Correios, duas bicicletas disfrutam de toda a tranquilidade que o ambiente proporciona. Tranquilidade, claro, que deve ser sentida também por seus proprietários.
Estas cidades constituem-se assim em oásis ou paraísos onde refugiarem-se os ciclistas do estresse e da quase caçada vivenciada nos grandes centros.
Quem sabe investimos em reunirmos amantes do ciclismo em cidades como estas para passarem suas férias pedalando?